MANUAL DE EXAMES - PROCEDIMENTOS

Oriente-se para o preparo adequado na realização de seus exames ocupacionais.

Ácido hipúrico

O ácido hipúrico é o principal metabólito urinário do tolueno (solvente para óleos, borrachas e tintas), sendo o indicador biológico da exposição a este solvente. O ácido hipúrico é um metabólito normal do organismo humano, podendo também advir de dietas ricas em ácido benzóico: frutas (ameixa, pêssegos), grãos verdes de café, alimentos conservados com benzoatos, massa de tomate, mostarda, refrigerantes e alguns tipos de pães. Antidepressivos IMAO, femprobamato, dietilpropiona e cocaína podem aumentar a excreção urinária do ácido hipúrico. Paracetamol, etanol, tabagismo e exposição concomitante ao benzeno inibem a biotransformação hepática do tolueno, acarretando em concentrações urinárias baixas.

Condição para coleta:

- 50mL de urina recente (final da jornada de trabalho).
- Colher durante as últimas 4 horas da jornada de trabalho em frasco âmbar.
- Não deve ser colhido no 1º dia da jornada semanal.

Ácido metil-hipúrico

É o indicador biológico da exposição ocupacional ao xileno. O ácido metil-hipúrico representa mais de 95% da fração metabolizada dos xilenos (dimetilbenzenos). Os xilenos são utilizados como thinner para tintas e lacas, agentes de limpeza além de outros usos industriais. A primeira fase da excreção do ácido metilhipúrico ocorre nas primeiras 10 horas e a segunda em torno de 48 horas após exposição. Ingestão de álcool inibe a biotransformação do xileno, diminuindo a excreção de seu metabólito na urina.

Condição para coleta:

- 50mL de urina recente (final da jornada de trabalho).
- Colher durante as últimas 4 horas da jornada de trabalho em frasco âmbar.
- Não deve ser colhido no 1º dia da jornada semanal.

Audiometria

A finalidade da audiometria ocupacional é avaliar a audição dos trabalhadores expostos ao ruído no trabalho, para detectar possíveis alterações auditivas e a partir daí adotar medidas de engenharia e administrativas, no intuito de evitar o agravamento da audição do trabalhador e suas conseqüências legais para a empresa.

Cuidados especiais devem ser adotados no momento da realização da audiometria ocupacional, para se obter dados confiáveis da audição do trabalhador, tais como:

Audiômetro calibrado e certificado segundo a Norma ISO 8.253-1, Cabine audiométrica ou ambiente acusticamente tratado de acordo com os limites permitidos pela Norma ISO 8.253-1, Exame realizado somente por médico ou fonoaudiólogo que são os profissionais legalmente habilitados, Acompanhamento seqüencial obrigatório dos exames de audiometria ocupacional durante toda a vida laboral do empregado na empresa, Interpretação do resultado da audiometria ocupacional de acordo com os normativos vigentes.

O resultado do exame de audiometria ocupacional, obrigatoriamente, precisa ser submetido aos procedimentos da NR 7 – Anexo I – Quadro 2 e, dentre as providências que antecedem a sua realização, deverão ser observadas, ainda, as determinações das Resoluções 295 e 296, do Conselho Federal de Fonoaudiologia.

O resultado da audiometria ocupacional poderá ensejar por parte da empresa medidas preventivas e de promoção da saúde auditiva do empregado a fim de evitar o agravamento dos limiares auditivos e as conseqüências danosas daí advindas.

É muito importante que seja realizada na admissão do funcionário, seis meses após a contratação, anualmente e na demissão.

Orientações para antes do exame:

O funcionário deve realizar esse exame antes da exposição ao ruído, repouso auditivo de 14 horas.

Carboxihemoglobina

A carboxihemoglobina é o indicador da exposição ao monóxido de carbono (CO) e ao diclorometano (cloreto de metileno), conforme exposto na NR-7. Sua ação tóxica advém da forte ligação química que o CO estabelece com o átomo de ferro da fração heme da hemoglobina formando a carboxihemoglobina, pigmento anormal do sangue, incapaz de transportar o oxigênio. O diclorometano produz CO no organismo. Pacientes portadores de hemoglobinas fetais persistentes e hemoglobinas instáveis podem apresentar aumento nos níveis de carboxihemoglobina de até 3%. Amostras lipêmicas, ingestão do azul de metileno, dapsona, anilina, nitratos, naftaleno e sulfas podem também interferir no ensaio. Neonatos e tabagistas apresentam valores mais altos que a população normal.

Condição para coleta:
Este exame não exige nenhum preparo ou jejum obrigatório.

Chumbo

Chumbo é um metal pesado facilmente encontrado no ambiente e que pode levar à intoxicação aguda ou crônica pela sua ingestão, inalação ou mesmo contato. Níveis elevados de chumbo causam a danos nos sistemas cardiovascular, nervoso, reprodutivo, hematológico e renal. Exposição ocupacional ocorre nas indústrias de petróleo, baterias, tintas, cerâmicas, tubulações, cabos, explosivos e quando da utilização de soldas e estruturas que contêm o chumbo como liga. O chumbo tetraetila, composto orgânico cujo estado físico é líquido, não mais está sendo utilizado como aditivo para gasolina. A determinação de chumbo no sangue total (Pb-S) é o melhor teste para detecção de exposição ao metal. A OMS define que níveis de Pb-S acima de 30mcg/dl denotam exposição significativa. Tendo em vista a possibilidade de contaminação durante a coleta, na presença de resultados elevados, um segundo espécime deve ser avaliado antes que se institua qualquer terapia. São considerados críticos aqueles valores de Pb-S superiores a 70mcg/dl na intoxicação aguda, sendo que na exposição crônica, níveis sangüíneos podem não se correlacionar com a severidade da toxicidade. O chumbo urinário (Pb-U) é considerado um indicador biológico de exposição recente menos exato que o Pb-S em função das flutuações em sua excreção. A portaria NR-7 considera o Pb-U como indicador biológico para as exposições ao chumbo tetraetila (orgânico). A via renal representa o mais importante mecanismo de excreção do chumbo. A urina de 24h deve ser preferida, mas em uma emergência amostra de urina recente é aceita.

Condição para coleta sangue:

- 2,0mL de sangue total (heparina).
- Horário de coleta não é crítico desde que o trabalhador esteja em trabalho contínuo nas últimas 4 semanas, sem afastamento maior que 4 dias.
- Recomenda-se iniciar a monitorização após 1 mês de exposição.

Condição para coleta de urina:

- 10,0mL de urina (urina início ou final jornada de trabalho - urina recente - urina 24h).
- Recomenda-se coletar amostra de urina 24 horas.
- Não colher em local de trabalho. Retirar o uniforme, lavar as mãos e a genitália antes de colher.

Laboratórios devem especificar tipo de urina e informar volume total, horário inicial e final da coleta.

Creatinina

É o teste mais utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular. É o produto de degradação da creatina, sendo sua concentração sérica não só dependente da taxa de filtração renal, mas também da massa muscular, idade, sexo, alimentação, concentração de glicose, piruvato, ácido úrico, proteína, bilirrubina e do uso de medicamentos (cefalosporinas, salicilato, trimetoprim, cimetidina, hidantoína, anticoncepcionais e antiinflamatórios). Níveis baixos podem ser encontrados nos estados que cursam com diminuição da massa muscular.

Condição para coleta:
Este exame não exige nenhum preparo ou jejum obrigatório.

Cromo

O Cromo é irritante e corrosivo para pele e mucosas, devido a sua capacidade de desnaturar proteínas e ácidos nucleicos. Nas exposições ocupacionais ocorrem dermatites de contato, eczemas, ulcerações, rinite, asma brônquica e principalmente o câncer do trato respiratório, uma vez que sua principal via de absorção é a pulmonar. Os compostos de cromo atingem o trato respiratório nas formas de vapores, névoas, fumos e poeiras, nos seus diversos estados. O cromo é transportado pelo sangue para vários órgãos e tecidos, concentrando- se, especialmente, no fígado, rim, baço e pulmão. Na maioria dos alimentos encontra-se em baixas concentrações.

Condições para coleta:
- Urina recente. (Urina de início ou final da jornada de trabalho).

Orientações para coleta:
- Lavar as mãos antes de colher; - Colher urina após retenção urinária de 4 horas. Fazer higiene da genitália com água e sabão, secar, desprezar o 1º jato de urina, coletar o jato médio em frasco próprio; - Entregar a urina na clínica até 2 horas após a coleta; - Retirar o uniforme de trabalho antes da coleta; - Informar se faz uso de algum medicamento.

ECG (Eletrocardiograma)

Este exame registra a atividade elétrica do coração em repouso, geralmente, através da colocação de dez eletrodos: dois localizados nas pernas, dois localizados nos antebraços e seis localizados na região anterior do tórax.

Estes eletrodos permitem o registro de 12 ou mais derivações (D1, D2, D3, AVR, AVL, AVF, V1, V2, V3, V4, V5 e V6). Estas derivações traduzem a atividade elétrica de determinadas partes do coração (por exemplo: D2, D3 e AVF, visualizam a parte inferior do coração). O eletrocardiograma é o exame cardiológico mais simples, sendo obrigatório em qualquer avaliação dentro dessa especialidade.

Orientações para antes do exame:

Não é necessário nenhum cuidado específico ou jejum antes da realização de um eletrocardiograma. Os medicamentos de uso contínuo devem ser tomados normalmente no dia do exame. Em alguns pacientes do sexo masculino, poderá ser necessário a realização de uma tricotomia (raspagem dos pelos do tórax), para diminuir as interferências no traçado.

Os pacientes deverão permanecer com a região anterior do tórax, canelas e punhos expostos, para a colocação dos eletrodos. Desta forma, deverão comparecer no local do exame com trajes que facilitem a sua realização. O eletrocardiograma é um exame que não acarreta nenhum risco ou complicação para o paciente.

Embora o eletrocardiograma apresente limitações, é útil para o diagnóstico da maioria das doenças cardiológicas. No momento da realização do eletrocardiograma podemos definir o ritmo e o número de batimentos cardíacos por minuto. Desta forma, o eletrocardiograma permite identificar arritmias cardíacas (alterações do ritmo cardíaco) e os distúrbios da condução elétrica do coração (retardos na condução do estímulo elétrico do coração), como os bloqueios cardíacos. Outras doenças não cardiológicas como os distúrbios da tireóide, do aparelho digestivo, embolia pulmonar (acometimento da circulação do pulmão por coágulos de sangue), acidente vascular cerebral (derrame cerebral), anormalidades dos eletrólitos do sangue (exemplo: excesso de potássio), distúrbios do metabolismo (exemplo: falta de cálcio), entre outras, também podem se manifestar por alterações no eletrocardiograma.

EEG (Eletroencefalograma)

Por muitos anos, o eletroencefalograma (EEG) vem sendo usado para o diagnóstico e acompanhamento de várias doenças do sistema nervoso (doenças neurológicas). O cérebro funciona basicamente através de impulsos elétricos, e o EEG documenta esta atividade elétrica do cérebro. Isto é feito com a colocação de eletrodos (instrumentos para captar a atividade elétrica cerebral), através de um material adesivo, em posições já determinadas no couro cabeludo. Desta forma, os estímulos (impulsos, melhor dizendo) captados por estes eletrodos são transformados em um gráfico que pode ser analisado pelo médico.

A atividade elétrica do nosso cérebro não é a mesma todo o tempo, variando ao longo do dia, dependendo se estamos acordados ou não. Essas variações são normais e não representam nenhum problema. Entretanto, em determinadas doenças, existem alterações específicas da atividade elétrica cerebral que podem ser captadas pelo EEG, ajudando, assim, no seu diagnóstico.

O EEG pode ser útil nas seguintes análises:

1- Crises convulsivas: atualmente, o maior emprego do EEG é no diagnóstico e no acompanhamento de pessoas com crises convulsivas. As crises são de diversos tipos e cada uma delas produz alterações na atividade elétrica do cérebro. Além disso, após o início das medicações anticonvulsivantes, pode-se acompanhar o tratamento, sabendo a melhor hora de ajustar as drogas ou suspender o seu uso, e distúrbios de sono.

Orientações para antes do exame:

Não é necessário nenhum cuidado específico ou jejum antes da realização de um eletrocardiograma. Os medicamentos de uso contínuo devem ser tomados normalmente no dia do exame. Recomenda-se boa alimentação e uma boa noite de sono antes do exame.

Espirometria

A Espirometria é um exame que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios. É um exame peculiar que exige compreensão e colaboração do paciente. Variáveis técnicas do equipamento e execução influenciam fortemente o resultado. Deve ser analisada em conjunto com dados clínicos, radiológicos e história ocupacional. A espirometria (prova de função pulmonar) foi incluída como um exame periódico para diagnóstico de disfunções ventilatórias restritivas ou obstru¬tivas, que possam afetar a saúde do funcionário. Na admissão e demissão, a espirometria serve para confirmar o estado de saúde nes¬tas fases e auxiliar quando houver suspeita de nexo casual, entre a doença respiratória e a exposição de agentes agressivos. A validade do exame (determinada pela NR7) depende da qualidade do mesmo. O equipamento utilizado deve ter precisão e acurácia estabelecida pela "American Tora¬cic Society". A execução do exame deve ser realizada por pessoal treinado, e a interpretação e laudo deverão ser dados por um médico pneumologista.

Este exame não exige nenhuma preparação, apenas recomenda-se que o paciente não tome café preto e não fume antes do exame, e que esteja bem alimentado.

Ferro Sérico

A determinação do ferro sérico (FS) é usada no diagnóstico diferencial de anemias, hemocromatose e hemossiderose. Níveis baixos ocorrem na anemia ferropriva, glomerulopatias, menstruação e fases iniciais de remissão da anemia perniciosa. Variações circadianas com valores mais baixos de FS pela tarde são descritas, sendo que alterações de até 30% em dias subsequentes podem ocorrer. Pré-menstrual pode elevar níveis em 10% a 30%, que caem na menstruação. Na gravidez há possibilidade de elevação inicial do FS devido à progesterona e queda do FS por aumento da sua necessidade. Uso de anticoncepcional oral pode elevar o FS acima de 200 mcg/dL. Níveis aumentados são encontrados na hemossiderose, hemocromatose, talassemias e na hemólise da amostra.

Condições para coleta:
Necessário jejum obrigatório de 8 horas.

Fezes (EPF) – Parasitológico

Orientações para antes do exame:

1. Antes de coletar as fezes, se necessário, urinar no vaso sanitário para evitar a contaminação do material.
2. Defecar em vasilhame limpo e seco.
3. Usar laxativos somente quando houver orientação médica.
4. Evitar o uso de antiácidos e de contraste oral (utilizado em exames radiológicos) no mínimo 72 horas antes da coleta das fezes ou conforme orientação médica

Como coletar as fezes:

1. Defecar em vasilhame limpo e seco.
2. Retirar frações de fezes em diferentes partes do bolo fecal (início, meio e fim) e colocar em frasco fornecido pelo Laboratório ou adquirido em farmácia, sem líquido conservante, de modo que complete pelo menos ½ (meio) frasco.
3. Sempre que houver muco (catarro), pus ou sangue, colher esta porção para que seja analisada, informando a presença dessas substâncias ao entregar o material.
4. Caso seja visualizado algum parasita, coletá-lo informando o achado ao atendente no momento da entrega do material para o adequado processamento da amostra.
5. Identificar o frasco com nome completo.
6. Encaminhar o material ao laboratório em até 2 horas após a coleta. Caso não seja possível, o material deve ser armazenado na geladeira por até 12 horas.

Gama GT

É um marcador sensível de colestase hepatobiliar e do consumo de álcool. Nos quadros de icterícia obstrutiva níveis 5 a 50 vezes acima do normal são encontrados. A GT duas vezes maior que o valor de referência com razão TGO/TGP > 2:1 sugere consumo alcoólico. Nas neoplasias de fígado, valores elevados podem ocorrer. Níveis de GT podem elevar-se durante o uso de fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, ácido valpróico e contraceptivos. Diminuição dos valores pode ocorrer no uso de azatioprina, clofibrato, estrógenos e metronidazol.

Condições para coleta:
Este exame não exige nenhum preparo ou jejum obrigatório.

Glicose / Glicemia

Glicose, dosagem:

Este exame pode ser usado para avaliar os níveis de glicose (açúcar no sangue). Pode ser usado para diagnosticar diabetes, para monitorar o controle de diabetes ou como um exame de triagem.

Condição para coleta:

O paciente deverá ficar em jejum por no mínimo 8 horas, máximo de 10 horas.A coleta deve ser feita de uma veia da prega do cotovelo com garrote moderadamente apertado para evitar anoxia tecidual. O paciente deve estar sentado confortavelmente, descansado (pois exercícios fisicos alteram a glicemia), livre de situações de estresse.

Grupo Sanguíneo + Fator RH/DU | ABORH

O sangue humano é classificado em grupos e subgrupos, sendo os mais importantes os ABO (A, B, AB e O) e o Rh (positivo e negativo). A determinação dos antígenos eritrocitários deve ser feita para transfusão, transplantes, pré-natal ou para auxiliar na exclusão de paternidade.

Condição para Coleta:

3,0mL de sangue total (EDTA/citrato/heparina). Enviar no mesmo dia da coleta.

HBsAg

HBsAg – é o antígeno de superfície do vírus, ou seja, é a proteína que está na superfície do vírus da hepatite B. Aparece no sangue de 1 a 10 semanas após a exposição ao vírus, antes do aparecimento dos sintomas da infecção. Em pessoas que se recuperam da doença este antígeno desaparece após 4 a 6 meses e nas pessoas que desenvolvem a hepatite crônica este antígeno permanecerá.

Condições para coleta:
Necessário jejum obrigatório de 8 horas.

Hemograma

Constitui importante exame de auxílio diagnóstico para doenças hematológicas e sistêmicas. Rotineiramente indicado para avaliação de anemias, neoplasias hematológicas, reações infecciosas e inflamatórias, acompanhamento de terapias medicamentosas e avaliação de distúrbios plaquetários. Fornece dados para classificação das anemias de acordo com alterações na forma, tamanho, cor e estrutura das hemácias e conseqüente direcionamento diagnóstico e terapêutico. Orienta na diferenciação entre infecções viróticas e bacterianas, parasitoses, inflamações, intoxicações e neoplasias através das contagens global e diferencial dos leucócitos e avaliação morfológica dos mesmos. Através de avaliação quantitativa e morfológica das plaquetas sugere o diagnóstico de patologias congênitas e adquiridas.

Condição para coleta:

Usualmente a coleta é extraída de uma veia da fossa antecubital. As veias do dorso do punho e da mão têm menor fluxo de sangue e pode causar hematomas com maior freqüência. O sangue coletado é colocado em um tubo com anticoagulante, na proporção especifica para a quantidade de sangue coletado, para que não haja interferência nos valores. Normalmente usam-se os anticoagulantes EDTA.

Manganês

A absorção se dá pelas vias respiratórias e pelo sistema gastrointestinal. A absorção gastrointestinal esta relacionada com o teor de ferro na dieta: indivíduos anêmicos absorvem maior quantidade do metal. Sabe-se que a inalação de vapores de manganês produz deterioração progressiva do SNC. O KMn04 atua destruindo as células das mucosas por ação cáustica. O manganês concentra-se no cérebro, ossos, fígado, pâncreas e rins. Elimina-se lentamente pela urina, bile e fezes.

Condições para coleta (urina):
- Urina recente.

Orientações para coleta (urina): - Fazer higiene da genitália com água e sabão, secar, desprezar o 1º jato de urina, coletar o jato do meio em frasco próprio; - Colher o jato médio da urina com retenção de 4 horas entre as micções; - Colher urina de início ou final de jornada de trabalho; - Retirar o uniforme antes da coleta; - Lavar as mãos e a genitália antes de colher.

Condições para coleta (sangue):
Este exame não exige nenhum preparo ou jejum obrigatório.

Plaquetas, Contagem

A contagem de plaquetas: determina o número de plaquetas em um volume de sangue. Aumentos e diminuições podem indicar anormalidades com sangramento excessivo ou risco de coágulos. O volume plaquetário médio (MPV) é uma medida do tamanho médio das plaquetas. Plaquetas novas são maiores, e um aumento do MPV ocorre quando aumenta a produção de plaquetas. O MPV dá ao médico uma indicação da produção de plaquetas na medula óssea.

Condições para coleta:
Jejum desejável de 4 horas.

RX do tórax padrão OIT

A silicose é uma doença respiratória causada pela inalação de poeira de sílica que produz inflamação seguida de cicatrização do tecido do pulmão. É uma das mais antigas doenças provocadas pelo trabalho, sendo que atualmente, no Brasil, é a principal doença pulmonar de origem ocupacional (pneumoconiose).

O diagnóstico da silicose, apesar do avanço tecnológico, ainda depende basicamente da história ocupacional e da interpretação da radiografia simples de tórax. O Rx de tórax caracteriza-se pela presença de pequenas opacidades nodulares que se iniciam mais comumente nos campos superiores do pulmão, estendendo-se depois para os campos médios e inferiores. Os testes de função pulmonar têm utilidade complementar no estudo epidemiológico de trabalhadores expostos à poeiras ou, individualmente, no seguimento e/ou avaliação da presença de alterações iniciais e do grau de incapacidade respiratória. Do ponto de vista da legislação trabalhista, segundo a NR-7 da Portaria Nº 3214/78, a sílica é classificada como uma poeira fibrogênica, isto é, que provoca fibrose nos pulmões. Com base nessa classificação, os exames de rotina para monitoramento de trabalhadores expostos devem incluir obrigatoriamente Telerradiografia de tórax em padrão OIT: deve ser realizada na admissão e posteriormente a cada ano. Este exame não necessita de preparação anterior à sua realização.

TGO (Transaminase Oxalacética)

O exame de TGO é uma avaliação dos hepatócitos, ou seja, das células do fígado. Esse tipo de exame serve para avaliar a situação em que o fígado do indivíduo se encontra e é um exame fundamental. Tendo-se em vista que o fígado é o órgão que mais resiste a agressões sem manifestar nenhum sintoma, esse tipo de exame pode oferecer informações extremamente importantes sobre o estado atual da função hepática de um paciente. Nosso organismo se utiliza de diversas formas como dores, inchaços, inflamações, entre outros recursos para informar que algo está errado, o que não acontece com o fígado que, pode-se dizer, sofre “calado” com os problemas. Quando chegamos a sentir os sintomas é porque a situação está bastante complicada. Daí, a importância do exame TGO que pode revelar problemas graves e assim iniciar o tratamento com antecedência, evitando problemas futuros.

Condições para coleta:
Este exame não exige nenhum preparo ou jejum obrigatório.

TGP (Transaminase Pirúvica)

É um exame que analisa os níveis da enzima transaminase glutâmico pirúvica (TGP), também chamada de ALT (alanina aminotransferase). Ela é encontrada praticamente apenas em células do fígado, portanto, é mais específica do que a enzima TGO, que pode ser encontrada também em outros órgãos do corpo. Serve para investigação das funções hepáticas e de hepatites virais, cirrose, insuficiência cardíaca, isquemia do fígado e câncer do fígado. Seu nível também é alterado em caso de uso exagerado de bebidas alcoólicas, drogas e remédios.

Condições para coleta:
Este exame não exige nenhum preparo ou jejum obrigatório.

EAS (urina rotina)

Orientações para antes do exame: Higienização:

Homem

1. Lavar as mãos com água e sabonete
2. Lavar o pênis, com água e sabonete, distendendo todo o prepúcio
3. Enxaguar com bastante água e secar com gaze estéril ou toalha limpa

Mulher

1. Lavar as mãos com água e sabonete
2. Lavar a região genital e anal, com água e sabonete, de frente para trás
3. Enxaguar com bastante água e secar com gaze estéril ou toalha limpa de frente para trás sem fazer movimentos de trás para frente
Observação: A presença de sangue menstrual pode interferir no resultado do exame.

Como coletar a urina:

1. Colher, preferencialmente, a primeira urina da manhã ou com intervalo mínimo de 04 horas após a última micção.
2. Desprezar o primeiro jato de urina no vaso sanitário e, sem interromper a micção, coletar o segundo jato de urina (jato médio) no pote largo sem tampa.